10 Perguntas e suas Respostas sobre Ifá

1 – Uma Mulher pode ser iniciada para o Òrìsà Òrúnmìlá?
R.: Sim! E são chamadas de Ìyánifá.

2 – Se eu sou casada ou me casar com um Bàbáláwo eu passo a ser uma Ìyánifá?
R.: Não, de forma alguma! A esposa de um Bàbáláwo chama-se Ìyá Apètèbí. Ìyánifá é o título conferido apenas as mulheres que passam pelo processo iniciatório chamado de ITEFÁ.
Porém, se depois você resolver se iniciar em Ifá, aí sim, você será uma Ìyánifá!

3 – Uma Ìyánifa pode ter Ìyá Òdù?
R.: Dependendo da família SIM! Porem ainda assim elas não podem abrir o assentamento e ver o INTERIOR de Ìyá Òdù. NENHUMA mulher, iniciada ou não, tem permissão para ver Ìyá Òdù!

4 – Fiz meu Itefá/Itelodù, eu já sou um Bàbáláwo?
R.: Espiritualmente sim, porem ainda lhe falta a aprendizagem de toda liturgia do culto a Òrúnmìlá para que possa exercer o oficio religioso como um Bàbáláwo.

5 – Mas quando fiz meu Itefá/Itelodù eu já possuía muito conhecimento pois treinei e estudei por anos antes de ser iniciado.
R.: Então você deve solicitar ao seu Olowo que lhe teste junto com outros Bàbáláwo para ATESTAREM que você está realmente pronto e possa receber de seu Olowo a AUTORIZAÇÃO para começar seu oficio pratico de sacerdote de Òrúnmìlá.

6 – Ser Quimbandeiro, Umbandista, Kardecista, Vegano ou Candomblecista impede que eu inicie para Òrúnmìlá?
R.: De forma alguma! Òrúnmìlá é o DEUS da Sabedoria e Destino. Sabedoria não limita ninguém e é fundamental para se construir um bom destino em harmonia com sua natureza pessoal!

7 – Alguém que seja iniciado no culto de Òrúnmìlá tem autoridade no candomblé, umbanda, quimbanda etc?
R.: De forma alguma! Qualquer “grau” que você alcance no Isese (Culto Tradicional Yoruba de Òrìsà) não transmite a você QUALQUER autoridade sobre nenhuma outra forma de culto de orixá, conhecido como Diáspora!

8 – Qual a importância do Òrìsà Esu no culto de Òrúnmìlá?
R.: Não só no culto de Òrúnmìlá, mas em toda religiosidade Yoruba! Em especial no culto a Òrúnmìlá Esu assume o papel de “melhor amigo de Ifá”. Por esse motivo, mesmo no Isefá, dependendo do Odù será entregue ao Omo Ifá o ícone de Esu.

9 – Quantas iniciações existem no culto de Òrúnmìlá e quanto tempo leva?
Existem basicamente duas iniciações que, por questões “técnicas”, acabam sendo desmembradas em Três:

Isefá: Consagração e Entrega do “assentamento” mínimo de Òrúnmìlá a quem será agora conhecido como “Omo Ifá”. Essa cerimonia em geral dura um dia. Um Omo Ifá não faz consultas, não faz ebó, não inicia outras pessoas.

Itefá: Consagração e Entrega do “assentamento” completo de Òrúnmìlá. Um Bàbáláwo independente de quanto tempo tenha de iniciado somente poderá dar consultas, iniciar e fazer ebo após a autorização de seu Olowo uma vez que este está em TREINAMENTO ainda.

Itelodù: Cerimônia onde se é formalmente apresentado o Bàbáláwo à Ìyá Odù, podendo ele nessa cerimônia receber ou não este “assentamento”.

Essas cerimônias variam de família para família religiosa.
Não vou entrar aqui no “campo de batalha” sobre o que supostamente seja certo ou errado, mas apenas relatar de como é em minha família e em outras famílias que conheço.

A título de exemplo, na minha família o Isefá pode durar de um há alguns dias.
Na minha família não tem divisão entre Itefá e Itelodù. Na minha família quem fez Itefá e não VIU Ìyá Odù não é considerado um Bàbáláwo completo em termos de iniciação.

Me estendendo um pouco sobre o assunto “Isefá” gostaria de informar que se o Odù “transitório” de seu Isefá considera que você no futuro deva fazer Itefá/Itelodù, você receberá um Opele de treino conhecido como Opele Karaba.
Para isso é feito uma segunda cerimônia para se obter o Odù que irá reger a vida desse Omo Ifá com orientações para seu período de estudos, etc, e a entrega de um Opele de treino (Opele Pankara – “Opele não diz verdade”).
Após isso esse Omo Ifá passa a ser chamado de Awo Kekere e esse período de estudo pode durar anos ate que este tenha condições financeiras de fazer seu Itefá/Itelodù!

10 – O Bàbáláwo pratica a caridade?
R.: Seria interessante você ter definido caridade antes de ter feito a pergunta, mas se por caridade você está se referindo ao atendimento gratuito, a resposta é NÃO.
O Odù Ogbè-Oniwaara (Ogbè Òbàrà), entre outras coisas, fala sobre o Ewo (interdição) da prática gratuita do ofício religioso.
O que se pode, em casos de empatia com as dificuldades do cliente, é aceitar um pagamento mínimo, simbólico, porem isso fica a critério do Bàbáláwo, não recaindo sobre ele QUALQUER obrigação de ter que assim fazer!

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